As empresas deveriam valorizar os mais velhos
Postado: 13 de janeiro de 2017
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Postado: 13 de janeiro de 2017
Dona Áurea, que trabalha atualmente em uma grande empresa, é vitalidade, bom humor e resiliência em todos os sentidos. Ela não gosta de falar da idade, mas acho que viu o Brasil ser campeão em todas as Copas. Já não precisa da remuneração do trabalho há muito tempo, mas cumpre sua jornada diária porque gosta muito do que faz. Mas isto não a impede de apreciar um bom restaurante, jogar cartas com os amigos, postar novidades no seu Facebook, ir para a praia…
Mas a Dona Áurea é uma exceção no Brasil. Enquanto em outros países como no Japão, Coréia do Sul ou mesmo nos Estados Unidos é absolutamente normal idosos trabalharem, no Brasil a pirâmide etária organizacional está se achatando cada vez mais. Se não trabalhar em um órgão público, notará o predomínio da faixa de 20 a 30 anos e depois uma drástica redução nas faixas posteriores até ter dificuldade em citar pessoas com 50 a 60 anos. Mas isto ocorre menos pela vontade dos profissionais mais experientes e mais pela métrica financeira da margem crescente de lucros. Isto é ótimo para a juventude que entra no mercado de trabalho, mas algo cada vez mais preocupante para os “entas” (40, 50, 60) que lutam para manter seus crachás. Além disso, muitos idosos, talvez até já aposentados, precisam complementar sua renda.
Este cenário assustador para todos nós que, invariavelmente, envelhecemos, tem mostrado alguns alentos (que estão longe se ser comemoráveis), mas que servem de exemplos para a importância dos profissionais mais experientes em trazer mais do que conhecimento, rede de relacionamento ou vontade real de trabalhar. Estes profissionais trazem mais serenidade, sabedoria e tem mais compromisso com a empresa, com as pessoas, principalmente clientes. E o principal, estes idosos tornam a empresa mais humana.
Muitas empresas já criaram programas de contração de profissionais mais experientes. Agora, inspirados no filme “Um Senhor Estagiário”, em que Robert De Niro representa um senhor de 70 anos que arranja uma vaga em uma startup e a revoluciona a partir da (re)descoberta de aspectos verdadeiramente humanos como a compaixão, a ética, o compromisso, a organização, o senso de equipe, a curiosidade em aprender e principalmente o amor fraternal pelas pessoas. Várias novas empresas também estão interessadas em trazer um estagiário sênior para suas equipes.
É importante que haja incentivo e divulgação à valorização dessa faixa etária, todos nós temos a ganhar. Viver como se não ficasse velho nunca, pelo menos esse é o conselho da Dona Áurea. Já que você não pode escolher como vai morrer, pelo menos escolha como vai viver.
E viva a vida, Dona Áurea!
Publicado por: dolcevivere
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