Entre em contato: (21) 2428-7618 | (21) 3486-3070 | (21) 99454-1839

Edifícios adotam soluções para seus idosos

Postado: 18 de abril de 2017

É o caso do Mofarrej, condomínio na Vila Mariana administrado pela Hubert, que instalou um novo playground – não para as crianças, e sim para os cerca de 30% dos seus moradores que já têm mais de 60 anos. O síndico do prédio, Carlos Humberto Correia, conta que a ideia partiu do morador Henrique Wuilleumier, de 85 anos. “Quando a idade chega, percebemos que é preciso se exercitar mais. Eu vi que havia um gramado disponível na área comum do condomínio e sugeri que fosse instalado uma academia ao ar livre para a terceira idade”, conta Wuilleumier.

O parquinho foi um projeto da empresa Playlong, que surgiu inspirada em aparelhos de ginástica chineses. O proprietário, Artur Henrique Carvalho, que morava em Araras, interior de São Paulo, levou o projeto para a Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro.

Lá, em conjunto com idosos e alunos de educação física do Instituto de Biociências, estudaram a importância da atividade física para as pessoas mais velhas e desenharam uma série de aparelhos de ginástica. “Pensamos na flexibilidade, força e capacidade de quem envelhece; e também na leveza, altura e ergometria da academia”, diz Carvalho.

Além do parquinho, o condomínio Mofarrej também adotou itens de acessibilidade, como rampas, cadeiras de roda e suporte para atender moradores que precisam de atendimento médico domiciliar.

Segundo a gerente de projetos da Tecnisa, Gisele de Luca, a empresa percebeu que 15% dos seus clientes tinham mais do que 55 anos de idade. A incorporadora contratou então uma equipe de gerontologia, geriatria e arquitetos especialistas que analisaram aspectos de inclusão técnicos e sociais, responsáveis por possibilitar a socialização e integração entre diferentes gerações.

“Além disso tomamos outros cuidados técnicos, como não utilizar porcelanatos brilhantes nas áreas comuns, que atrapalham a vista, criar barreiras visuais em portas de vidro para impedir colisões e colocar cadeiras com braços nos salões de festas para ajudar os idosos a se levantarem”, diz Gisele.

Para a arquiteta e professora de gerontologia da USP Maria Luisa Trindade Bestetti, essa estrutura condominial pode favorecer os idosos que não se sentem mais seguros para andar nas cidades.

“Apesar de muitas vezes incentivarem isolamento e segregação, esses empreendimentos permitem que as pessoas mais velhas interajam com outras. É uma extensão do apartamento – que está cada vez menor. Nas áreas externas, dá para encontrar crianças, vizinhos e viver novas experiências que não seriam possíveis na rua”, diz.

Nos dois primeiros modelos, o morador tem acesso a todas as refeições, limpeza, atividades físicas, cognitivas e ocupacionais, enfermaria, terapia, geriatria e assistência social. Todas as unidades são térreas.

Segundo a moradora e atual presidente da Agerip, Candida Pereira Azem, de 63 anos, todas as residências são preparadas para o envelhecer. “A grande dificuldade do idoso é a solidão. Na velhice, você fica vulnerável, mais suscetível a assalto, às calçadas perigosas e outras dificuldades. Aqui, as casas não têm muros, os vizinhos são amigos, ouvem a mesma música, vivem tudo isso junto.”

A autonomia e a independência são incentivadas. É possível ir e vir para onde e quando quiser e também receber visitas e hóspedes. “Quem mora no chalé pode cozinhar em casa ou ter as refeições no restaurante. Nosso espaço tem desde piscina com hidro até cabeleireiro com designer de sobrancelhas”, conta Candida. “É um condomínio normal, como outro qualquer, só que mais apropriado para essa fase da vida.”

É possível encontrar em algumas cidades programas de governo que oferecem residência para idosos e que não são instituições de longa permanência (ILPI) – ou asilos. Na Paraíba, quatro cidades recebem o Cidade Madura, programa de habitação voltado para maiores de 60 anos de baixa renda. São 40 unidades habitacionais em condomínios com ginástica, mesa de jogos, pista de caminhadas, centro de convivência e ponto de apoio com enfermeira e psicóloga. Em São Paulo, a Vila dos Idosos, no Pari, é um programa de locação social com 145 unidades mantido pela prefeitura desde 2007.

Fonte: Estadão

Publicado por: dolcevivere

316 visualizações

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *